segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Rumo a Kupang

Final de semana passado, aproveitando o feriado que caiu na terça-feira, resolvemos encarar uma viagem dita por muitos como programa de índio... A turma relutou em admitir mas no final não teve jeito, para uma vez foi mais do que suficiente, repetir nem pensar, mas valeu a pena.

Acho que já comentei aqui que do aeroporto de Dili só saem aviões para 3 destinos: Bali, Cingapura e Darwin. Por sinal todos caros... 

A maioria dos timorenses quando precisa viajar, vai por via terrestre até a ponta da ilha onde está Timor, passando pela fronteira e chegando a cidade indonésia de Kupang, de onde partem vários voos a preços bem mais baratos do que temos aqui em Dili. E foi pensando em economizar algum dinheiro e ter um final de semana beeem diferente que  entramos numa van com destino a Kupang.



Já sabíamos que seriam 12 horas de viagem, mas não o que vinha pela frente. Pra começar os motoristas aqui são meio insanos e as estradas nada boas, não sei como nossos amigos Rita e Rogério aguentaram viajar nos primeiros lugares (ao lado do motorista), com o motor embaixo esquentando o banco e tendo a sensação de que íamos bater em algo ou em alguém a qualquer momento.

Nossa van


De tempos em tempos o motorista parava para podermos ir ao banheiro. Banheiro indonésio... para quem não conhece (assim como eu antes de vir para cá) o banheiro indonésio é no chão, muito parecido com fossa, mas uma louça no buraco. A única água que existe provém de um pequeno reservatório, então depois de usar o banheiro você enche uma caneca de água e joga lá dentro. Papel não existe, lixeira também não. Pia para lavar as mãos então nem pensar... descobrimos aqui um gel antisséptico e mandamos bala... fazer o quê? rsrsrsrs. Antes de ir ao banheiro a gente sempre pensava: "será que eu preciso mesmo?" se a resposta fosse positiva, não tinha outro jeito a não ser encarar o tal banheiro.

Ao chegar próximo da fronteira temos que mostrar nosso passaporte umas 4 vezes. 2 de um lado, 2 de outro. Mas para mim o pior foi atravessar a fronteira. O motorista (indonésio) parou a van e tinha algumas pessoas paradas no local que logo se aproximaram, parecia que iam entrar na van, o motorista balbuciou alguma coisa que ninguém entendeu, desceu e foi abrindo o porta-malas. Eu confesso que fui seguindo as pessoas, porque não estava entendendo nada... só depois entendi que teríamos que passar a fronteira a pé, com nossas malas nas mãos, e pegar outra van do outro lado. Uma confusão. Depois de mostrar o passaporte e ter nossas malas revistadas, atravessamos para a Indonésia.






 Na fronteira

Mais algum tempo de viagem e paramos em Atambua, para o almoço... o motorista parou em um restaurante típico indonésio: você pega um prato com arroz e escolhe o que quer de acompanhamento. Porém as opções não eram muito boas. As comidas não eram lá muito convidativas, e ainda tínhamos metade do caminho pela frente... encarei apenas um ovo frito (nunca comi tanto ovo na minha vida como comi nesta viagem - era sempre a opção mais segura rsrsrs) e um pedaço de frango. Mas tinha gente mais corajosa: nossos amigos Cirilo e Vinicius encararam um suculento (?) pescoço de frango. Eu deixo para a próxima... rsrsrs. E seguimos viagem.

À noite finalmente chegamos em Kupang. Não tínhamos comprado passagem para a volta, porque, segundo a agência aqui em Timor, só poderíamos fazer isso lá, então assim que chegamos fomos comprar a passagem e imaginem o nosso espanto quando o vendedor disse que não teria transporte na terça-feira (dia que queríamos voltar) porque era feriado!  (hã? como assim?) Como não tínhamos outra opção reservamos então para quarta e ganhamos (ou perdemos, não sei bem) mais um dia em Kupang.

A agência da van tinha reservado quartos no hotel deles pra gente, mas quando chegamos não tivemos coragem de ficar e fomos para outro, procurando pelo que mais nos atraía na cidade: um KFC. E nos deliciamos com um autêntico frango frito (é isso que dá ficar algum tempo em Timor... rsrsrs).


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