segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Massacre de Santa Cruz

Celebrado como um feriado agora em Timor Leste independente, a data é lembrada pelos timorenses como um dos dias mais sangrentos de sua história, e que chamou a atenção internacional para sua luta pela independência.

O fato aconteceu em 12 de Novembro de 1991, quando Timor Leste ainda estava sob dominação indonésia. Havia presença em massa de estudantes na missa em honra do jovem Sebastião Gomes (semanas antes, este mesmo jovem fora assassinado pelas tropas indonésias, durante uma vigília, junto à Igreja Motael). Após a missa rumaram até à sua campa, no cemitério de Santa Cruz, em Díli.

Quando o cortejo chegou ao cemitério, a seção principal da procissão entrou, enquanto muitos continuaram seus protestos antes do muro, agitando bandeiras e cantando slogans pró-independência. Tropas indonésias haviam sido paradas durante esse período, então um novo grupo de 200 soldados indonésios apareceu e começou a atirar. As pessoas tentaram fugir correndo pela entrada principal e para o fundo do cemitério mas foram todas perseguidas pelos soldados.

Dados contam que 271 pessoas morreram, 278 ficaram feridas e 270 desaparecidas.

O massacre foi testemunhado por dois americanos, os jornalistas Amy Goodman e Allan Nairn (que também foram atacados) e gravada em videotape por Max Stahl, que estava filmando secretamente para Yorkshire Television.

O vídeo foi utilizado em um documentário mostrado no Reino Unido em Janeiro de 1992, bem como em inúmeros outros mais recentes de Stahl, combinado com o testemunho de Nairn e Goodman, causando indignação em todo o mundo.

Em resposta ao massacre,  ativistas de vários países se organizaram em solidariedade para com os timorenses. Uma pequena rede de indivíduos e grupos já vinha trabalhando pelos direitos humanos e da autodeterminação de Timor Leste desde o início da ocupação, mas a atividade ganhou uma nova urgência após o massacre de 1991.





Atualmente, a população timorense coloca velas acessas em toda a cidade (na frente das casas, igrejas, cemitério etc) como forma de lembrar esta data tão marcante para eles.













Fotos: Alexandre

2 comentários:

  1. Oi, Fran!!! Meu nome é Fernanda e sou muito amiga do Alexandre. Desejo a vocês que as experiências sejam fantásticas e transformadoras. Por incrível que pareça, tenho esbarrado no Brasil com muitas pessoas que já estiveram aí. Costumo dizer que "o mundo é grande e também pequenininho". Vejo que apesar da loucura humana, o Timor tem praias lindas, luz, espiritualidade e anjos da guarda especiais. Vou acompanhar seu blog e ver as fotos do meu amigo para matar as saudades. Cuidem dele por mim! E diga que ele me enganou esse tempo todo: é um repórter fotográfico de mão cheia. Abração, sucesso e muita força.

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  2. Oi Fernanda! Seja bem-vinda! é um prazer compartilhar as coisas que passamos por aki, nesse cantinho do mundo, penso que assim nem parece que estamos taaaaao longe.
    Realmente o Alexandre faz fotos lindíssimas, tem algumas no blog, mas com certeza ele tem muito mais pra mostrar pra vcs no Brasil...
    Gde bju

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