terça-feira, 21 de setembro de 2010

Oecusse

Oecusse é um dos 13 distritos administrativos de Timor Leste, localizado na costa norte da metade ocidental da ilha de Timor, constituindo um enclave de Timor Leste, uma vez que está separado do resto do país pela província indonésia de Timor Oeste, que rodeia o pequeno enclave por todas as direcções, excepto a norte, onde é banhado pelo Mar de Savu.

Oecusse foi o primeiro ponto da ilha de Timor em que os portugueses se estabeleceram, pelo que é usualmente considerado o berço de Timor Leste, e por isso o território foi mantido após todos os conflitos e a independêncida do país.



Marcelo viajou para realizar audiências por lá, e tirou algumas fotos:



 





 Porto de Oecusse




 Fronteira com a Indonésia






 A microlet nao conseguiu passar e o pessoal teve que descer


Vai um atum aí?

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Festa estranha com gente esquisita

Mais um final de semana animado em Dili. Neste sábado tivemos mais uma noite muito agradável no bar aqui ao lado, ao som da banda que tem o Cirilo como baterista, e nesta noite com todos os componentes. Para completar, estavam fazendo uma campanha e uma porcentagem da venda de bebidas alcóolicas seria doada para uma entidade de Baucau. Nós tivemos que colaborar, né... era para as crianças... rsrs.

Após o show partimos todos para uma festa em um outro condomínio. Festa beem animada, com uns australianos loucos, se empolgando e tirando a roupa. De repende, do nada, estavamos dançando e caia uma camiseta em nossa cabeça... vai entender esse pessoal. rs

Até que já lá pelas tantas da madrugada pudemos presenciar um beijos triplo bem do nosso lado. É isso mesmo: um beijo triplo! Nesta hora a galera toda se olhou e alguém teve a iniciativa de dizer "vamos embora". Sentimos que o negócio ia pegar fogo lá... mas não queríamos ver o incêndio não.

Foi a hora certa de partir mesmo. Após alguns minutos que chegamos em casa, ainda nos preparando para dormir, um cidadão embriagado causou um acidente vem na frente do nosso condomínio, levando parte do muro junto e quase entrando na casa da administradora. Fato muito bem contato pelo nosso amigo Cirilo, no blog Ataúro, que não só saiu para ver o que tinha acontecido (como Marcelo e outros moradores) mas ainda levou sua máquina fotográfica para registrar. rsrs

E se foi mais um final de semana aqui.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Noitebruique

Vídeo que recebi por e-mail da minha amiga Jennifer (eh Ribeirão Preto!), muito engraçado:


domingo, 5 de setembro de 2010

Almoço em Maubara

Neste domingo, à convite de nosso amigo Francisco, juntamos a galera e fomos almoçar em um simpático restaurante em Maubara, no distrito de Liquiça, que fica a cerca de 45 minutos de Dili.
A estrada é boa, considerando outras que já passamos, e dela podemos ver belas paisagens, além de outras comunidades locais.








No distrito existe um projeto chamado "Mós bele" , em português "Nós podemos" realizado através da cooperação portuguesa em Timor Leste. O projeto visa o desenvolvimento sustentável do distrito de Maubara. Fazem parte dele uma feira de artesanato com produtos muito bonitos confeccionados pelas mulheres locais, e um restaurante, que fica dentro de um antigo forte português, com uma comida deliciosa e muito barata: uma refeição completa, com direito a entrada de bolinho de mandioca com peixe + 2 sucos + prato principal = 7 dólares por pessoa, um preço muito bom.












Os produtos também têm preços bem acessíveis. Eu adquiri 3 peças por USD 7,50 no total.




A praia é linda, com areia e pedras pretas e água cristalina.





Na volta à Dili visitamos a estátua do Papa João Paulo II que fica bem na entrada do distrito de Dili, em uma região chamada Tasi Tolu (Tasi = mar / tolu = 3), como o nome sugere,  deste local pode-se ver três praias. O monumento foi construído em 2008 em homenagem ao Papa, em agradecimento à sua visita a Timor Leste em 1989, quando o país ainda estava sob o domínio da Indonésia.







quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Cabeça de Homem

Reportagem publicada pelo site da  Revista Veja:

A 700 m de profundidade, mineiros também pensam naquilo

Em vídeo, operários pedem bonecas infláveis; equipe de resgate diz não

Manuela Franceschini, de Copiapó, no Chile
No acampamento da mina San José não se fala em outra coisa. No segundo vídeo que mandaram às suas famílias e ao mundo, nesta terça-feira, os 33 mineiros soterrados no deserto do Atacama fazem um pedido. “Senhor ministro (da Saúde, Jayme Mañalich), estamos muito felizes. Temos música e estamos dançando!”, diz um deles. Ao fundo, alguém interrompe: “Falta a boneca inflável!”, e é apoiado por todos com gritos e risadas.

Nas cartas enviadas aos parentes, os operários pedem sempre pôsteres e fotos de mulher pelada. “Tem que ter um entretenimento, coitados! Que mandem uma (boneca) para cada um ou vão enlouquecer. Eu mesma mandei na última carta uma foto de uma modelo pelada junto", conta Yéssima, mulher de Dario Segovia. "Disse que a foto era minha", acrescenta, caindo na risada. O mineiro, a propósito, já respondeu, agradecendo o presente.

Já a prima de Dario, Alda Rojo, acha que mandar bonecas é ir longe demais: “São uns mimados! Eles têm suas senhoras aqui em cima esperando. Querem boneca pra quê? De jeito nenhum!”. O filho do mineiro, Cristian, concorda com a tia: “Eles têm que trabalhar lá embaixo. Se mandarem a boneca, não vão fazer outra coisa.”

A mulher de Victor Zamora, Yéssica, lava as mãos: “Essa decisão é dele. Com tanto que não seja de carne e osso, mandem quantas mulheres quiserem”. A sogra, Nelly, a interrompe: “se os médicos aprovarem, que mandem o que pedirem!”

No entanto, segundo a assessoria de imprensa do ministério de Saúde do Chile, não serão enviadas bonecas infláveis. “O bem estar dos 33 será assegurado com alimentação correta, vitaminas, exercícios físicos e cuidados médicos”, disse a VEJA.com Alejandro Nuller.


Timor hoje: primeiras impressões

Logo que chegamos em Timor, além do calor imenso que sentimos e a sensação de pele úmida já descrita, o que mais me chamou a atenção  foi a diversidade de políciais no aeroporto. Acho que vi uns cinco ou seis, cada um com características diferentes, uniformes diferentes, pátrias diferentes. Achei "diferente". rs

Ao andar pela cidade é nítida a presença fortíssima das Nações Unidas. É quase impossível passar, durante o dia principalmente, por um quarteirão inteiro sem ver um carro com as iniciais.







Ainda se encontram na cidade diversos prédios que foram queimados durante os conflitos, sem serem reconstruídos ainda. Entre eles o prédio de uma antiga gráfica que será a nova sede da embaixada do Brasil em Dili.










Um pouco da história

Quando vim para Timor Leste, nem eu, nem meus familiares e amigos no Brasil sabiam muito bem onde ficava este país, muito menos algo sobre sua história. Também pudera, Timor Leste é um dos países mais jovens do mundo e tem uma história sofrida, muito recente, o que explica o motivo de muitas situações vividas atualmente por nós aqui.

De acordo com o site Wikipedia, a enciclopédia livre:

Timor-Leste (oficialmente República Democrática de Timor-Leste) ocupa a parte oriental da ilha de Timor na Ásia, além do exclave de Oecussi, na costa norte da banda ocidental de Timor, da ilha de Ataúro, a norte, e do ilhéu de Jaco ao largo da ponta leste da ilha. As únicas fronteiras terrestres que o país tem ligam-no à Indonésia, a oeste da porção principal do território, e a leste, sul e oeste de Oecusse, mas tem também fronteira marítima com a Austrália, no Mar de Timor, a sul. Sua capital é Díli, situada na costa norte.



  Imagem: timor.htm
 
O primeiro contato europeu com a ilha foi feito pelos portugueses quando estes lá chegaram em 1512 em busca do sândalo. Durante quatro séculos, os portugueses apenas utilizaram o território timorense para fins comerciais, explorando os recursos naturais da ilha. Díli, a capital do Timor Português, apenas nos anos 1960 começou a dispor de luz elétrica, e na década seguinte, água, esgoto, escolas e hospitais. O resto do país, principalmente em zonas rurais, continuava atrasado.

Após a Revolução dos Cravos, o governo português decidiu abandonar a ilha em agosto de 1975, passando o poder à FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor-Leste) que proclamou a república em 28 de Novembro do mesmo ano. Porém, a independência durou pouco tempo. O general Suharto, governante da Indonésia, mandou tropas do exército invadirem a ilha. Em 7 de Dezembro, os militares indonésios desembarcavam em Díli, ocupando brevemente toda a parte oriental de Timor, apesar do repúdio da Assembleia-Geral da ONU.

A ocupação militar da Indonésia em Timor-Leste fez com que o território se tornasse a 27.ª província indonésia, chamada "Timor Timur". Uma política de genocídio resultou num longo massacre de timorenses. Centenas de aldeias foram destruídas pelos bombardeios do exército da Indonésia, sendo que foram utilizadas toneladas de napalm contra a resistência timorense (chamada de Falintil). O uso do produto queimou boa parte das florestas do país, limitando o refúgio dos guerrilheiros na densa vegetação local.

Entretanto, a visita do Papa João Paulo II a Timor-Leste, em outubro de 1989, foi marcada por manifestações pró-independência que foram duramente reprimidas. No dia 12 de Novembro1991, o exército indonésio disparou sobre manifestantes que homenageavam um estudante morto pela repressão no cemitério de Santa Cruz, em Díli. Cerca de 200 pessoas foram mortas no local. Outros manifestantes foram mortos nos dias seguintes, "caçados" pelo exército da Indonésia.

A causa de Timor-Leste pela independência ganhou maior repercussão e reconhecimento mundial com a atribuição do Prêmio Nobel da Paz ao bispo Carlos Ximenes Belo e José Ramos Horta em outubro de 1996. Em julho de 1997, o presidente sul-africano Nelson Mandela visitou o líder da FRETILIN, Xanana Gusmão, que estava na prisão. A visita fez com que aumentasse a pressão para que a independência fosse feita através de uma solução negociada. A crise na economia da Ásia no mesmo ano afetou duramente a Indonésia. O regime militar de Suharto começou a sofrer diversas pressões com manifestações cada vez mais violentas nas ruas. Tais atos levam à demissão do general em maio de 1998.

Em 1999, os governos de Portugal e da Indonésia começaram, então, a negociar a realização de um referendo sobre a independência do território, sob a supervisão de uma missão da Organização das Nações Unidas. No mesmo período, o governo indonésio iniciou programas de desenvolvimento social, como a construção e recuperação de escolas, hospitais e estradas, para promover uma boa imagem junto aos timorenses.

Desde o início dos anos 1990, uma lei indonésia aprovava milícias que “defendessem” os interesses da nação, em Timor-Leste, o exército indonésio treinou e equipou diversas milícias, que serviram de ameaça contra o povo durante o referendo. Apesar das ameaças, mais de 98% da população timorense foi às urnas no dia 30 de agosto de 1999 para votar na consulta popular, e o resultado apontou que 78,5% dos timorenses queriam a independência.


As milícias, protegidas pelo exército indonésio, desencadearam uma onda de violência antes da proclamação dos resultados. Homens armados mataram nas ruas todas as pessoas suspeitas de terem votado pela independência. Milhares de pessoas foram separadas das famílias e colocadas à força em caminhões, cujo destino ainda hoje é desconhecido (muitas levadas a Kupang, no outro lada da ilha de Timor, pertencente a Indonésia). A população começou a fugir para as montanhas e buscar refúgio em prédios de organizações internacionais e nas igrejas. Os estrangeiros foram evacuados, deixando Timor entregue à violência dos militares e das milícias indonésios.

A ONU decide criar uma força internacional para intervir na região. Em 22 de setembro de 1999, soldados australianos sob bandeira da ONU entraram em Díli e encontraram um país totalmente incendiado e devastado. Grande parte da infra-estrutura de Timor-Leste havia sido destruída e o país estava quase totalmente devastado. Xanana Gusmão, líder da resistência timorense, foi libertado logo em seguida.
Em abril de 2001, os timorenses foram novamente às urnas para a escolha do novo líder do país. As eleições consagraram Xanana Gusmão como o novo presidente timorense e, em 20 de Maio de 2002, Timor-Leste tornou-se totalmente independente.

Em 2006, após uma greve que levou a uma demissão em massa nas forças armadas leste-timorenses, um clima de tensão civil emergiu em violência no país. Em 26 de Junho o então primeiro-ministro Mari Bin Amude Alkatiri deixou o cargo, assumindo interinamente a coordenaria ministerial José Ramos Horta, que, em 8 de Julho, foi indicado para o cargo pelo presidente Xanana Gusmão, pondo termo ao clima vigente.

A situação permanece razoavelmente estável devido à intervenção militar vinda da Malásia, Austrália, Nova Zelândia e à pressão política e militar de Portugal que tenta apoiar Timor-Leste no seu desenvolvimento.

Na segunda volta das eleições de 9 de Maio de 2007, Ramos-Horta foi eleito Presidente da República, em disputa com Francisco Guterres Lu Olo, sucedendo a Xanana Gusmão no cargo.

A 6 de Agosto de 2007, José Ramos-Horta indica Xanana Gusmão, ex-presidente da república, como 4º primeiro-ministro da história do país sucedendo a Estanislau da Silva. Xanana Gusmão, líder do renovado CNRT, apesar de 2º classificado nas eleições legislativas de Junho com 24,10% dos votos (atrás dos adversários da FRETILIN de Francisco Lu-Olo), alcançou uma série de acordos pós-eleitorais com as restantes forças políticas da oposição que conferem ao seu governo um estatuto de estabilidade.